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quero convidá-lo a acessar meu novo site leonardopalmeira.com.br. Lá você vai encontrar todo o conteúdo deste blog além de informações de utilidade pública, um manual prático para pacientes e muitas novidades.

O blog continuará no ar, porém novos artigos serão publicados somente no site oficial. Espero que gostem!

30 de janeiro de 2012

Depressão e ansiedade resistente: será bipolaridade?


Por Dr. Diogo Lara, M.D., Ph.D.*

Um dos mais antigos e ainda vigentes debates da psiquiatria trata da distinção e da separação entre depressão maior e transtorno bipolar. Essa distinção teve suporte em manuais diagnósticos recentes, mas, por outro lado, uma série de pesquisas atuais aponta uma constante entre esses diagnósticos. O transtorno bipolar do tipo II, com hipomania e ausência de mania plena, pode ser considerado um diagnóstico intermediário entre o tipo I e a depressão maior, ainda mais por haver uma grande predominância de sintomas depressivos em relação aos sintomas hipomaníacos.

Por causa dessa ascendência de sintomas depressivos, ocorrem quadros de bipolaridade não reconhecidos, muitas vezes ao longo de anos de tratamento. Enquanto não for diagnosticado como parte do espectro bipolar, tais pacientes com bipolaridade “leve” freqüentemente serão considerados portadores de depressão ou ansiedade resistente ou refratário ao tratamento. A avaliação clínica minuciosa sobre o curso, os sintomas, a história familiar e a resposta farmacológica auxilia a revelar a bipolaridade nesses pacientes. Por exemplo, na série consecutiva de 563 pacientes com sintomas depressivos avaliados na prática privada, 56,8% possuíam diagnóstico de bipolaridade. A noção de que os tipos de transtornos de humor são entidades categóricas independentes e separadas tem sido questionada por uma série de estudos recentes.

As características e os achados que favorecem a concepção de uma constante nos transtornos de humor, principalmente entre o transtorno bipolar do tipo II e a depressão maior, são:

• a presença de episódios mistos e disfóricos, em que há uma concomitância de sintomas de polaridades opostas;

• história familiar comum ou cruzada, na qual a depressão maior também é muito freqüente em familiares de bipolares e vice-versa em menor grau;

• ausência de uma “zona de raridade” entre os transtornos;

• há casos de depressão maior sem hipomanias claras, mas com várias características mais comuns à bipolaridade, como estados mistos, início precoce, características atípicas (hipersonia, hiperfagia, sensação de corpo pesado, co-hipersensibilidade interpessoal), história familiar de bipolaridade, irritabilidade, pensamentos rápidos ou que não desligam e agitação psicomotora;

• alta taxa de virada ou de mudança no diagnóstico para a bipolaridade no acompanhamento de longo prazo;

• casos de depressão sem hipomanias claras, mas com cursos cíclicos semelhantes;

• resposta terapêutica a estabilizadores de humor em uma parcela de pacientes com depressão refratária;

• resposta a antidepressivos em uma fração de pacientes com transtorno bipolar.


A impossibilidade de traçar uma linha divisória clara entre o transtorno bipolar e a depressão maior não signifi ca, contudo, que sejam quadros semelhantes ou com a mesma base biológica. Ou seja, um modelo contínuo não é sinônimo de um modelo unitário, no qual todos os quadros de humor fariam parte da mesma diátese. Por exemplo, um paciente bipolar com predominância de episódios e sintomas maníacos pode ser radicalmente diferente de um paciente com depressão maior em comorbidade com fobia social. Além desses fatores, a difi culdade diagnóstica aumenta, pois muitos pacientes com sintomas depressivos não reconhecem ou percebem a hipomania como um estado patológico. Portanto, não relatam fases hipomaníacas de forma espontânea, e mesmo os clínicos muitas vezes deixam de investigar a hipomania direta e sufi cientemente. Com freqüência, esta só é descoberta a partir de perguntas mais sutis e pela avaliação caso a caso de situações suspeitas. Em parte, a dificuldade da clara detecção da hipomania se deve ao fato de ela apresentar uma estrutura dimensional em vez de categórica.

A maior ênfase em sintomas de ativação e o menor destaque no critério de duração dos sintomas auxiliam na detecção de casos de bipolaridade menos típicos, muitas vezes tidos como refratários a vários tratamentos farmacológicos à base de antidepressivos. A partir da avaliação retrospectiva de hipomania, a exigência de quatro dias de hipomania, como proposto pelo DSM-IV, faz com que um de cada três pacientes com transtorno bipolar do tipo II seja classifi cado equivocadamente como portador de depressão maior unipolar.

A detecção da hipomania ainda é o requisito para considerar que um paciente faça parte do espectro bipolar. Apesar de haver pacientes ciclotímicos com depressão recorrente sem hipomania clara – que provavelmente fazem parte da diátese bipolar –, a presença de hipomania é altamente específica para a bipolaridade. A mania e a hipomania são formadas por sintomas e características comportamentais que podem ser divididos em dois fatores ou grupos principais: sintomas de “ativação/euforia” e sintomas de “irritabilidade e excessos”. Os sintomas de “ativação e euforia” são particularmente negligenciados como patológicos pelos pacientes.

Comparando pacientes bipolares dos tipos I e II, não há diferenças marcantes na distribuição desses sintomas entre a mania completa e a hipomania.

Pacientes com sintomas de ansiedade proeminentes classicamente eram tratados com benzodiazepínicos e, mais recentemente, com antidepressivos, em particular os serotonérgicos. No entanto, os quadros de depressão com ansiedade também ocorrem com freqüência em pacientes do espectro bipolar.

Muitas vezes, esses pacientes apresentam um quadro misto de humor com predominância depressiva (sintomas depressivos e três sintomas de hipomania concomitantes). A presença de alguns sintomas específi cos favorece a detecção de pacientes em episódio depressivo misto:

• irritabilidade tem boa sensibilidade e especificidade;

• distratibilidade e profusão de pensamentos têm alta sensibilidade e baixa especificidade;

• agitação psicomotora e taquilalia têm alta especificidade, mas baixa sensibilidade.

Ou seja, pacientes que se apresentam com queixas depressivas proeminentes associadas a irritabilidade, agitação psicomotora, pensamentos que não desligam e/ou taquilalia estão provavelmente em um estado misto, e não em um estado depressivo puro. Nesses casos, é recomendado o uso de estabilizadores de humor.

* Dr Diogo Lara é Professor de psiquiatria da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de neuropsicofarmacologia, autor do livro Temperamento forte e bipolaridade: dominando os altos e baixos do humor(www.bipolaridade.com.br)

A íntegra do artigo pode ser lida em http://www.segmentofarma.com.br/arquivos/depress%C3%A3o%20e%20bipolaridade_6QQ11J.pdf

26 de janeiro de 2012

Iniciativas da Prefeitura do Rio para a Terceira Idade.

A Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV) é o órgão municipal responsável pelas políticas públicas voltadas para a terceira idade.

A missão é implementar e promover políticas públicas, proporcionando qualidade de vida ao idoso da cidade do Rio de Janeiro.

O objetivo é promover a qualidade de vida, disseminar os hábitos saudáveis e melhorar a condição de vida da população da terceira idade.

Objetivos Específicos

• Atender às necessidades dos idosos previstas no Estatuto do Idoso.
• Instituir políticas públicas voltadas à construção de uma cultura de hábitos saudáveis.
• Articular, de maneira transversal, políticas públicas que promovam a qualidade de vida, principalmente do idoso carioca.

Abaixo relacionamos os principais programas que a Secretaria oferece:


Qualivida

Aulas gratuitas de ginástica em 120 núcleos espalhados pela cidade. As atividades são ministradas por um professor de educação física, com apoio de um profissional de saúde, e acontecem todos os dias, das 7h às 9h da manhã. Os principais objetivos são proporcionar à população de terceira idade a manutenção do vigor e da autonomia físicos, reintegração social e melhora na qualidade de vida.

Casas de Convivência e Lazer para Idosos

Referência no que diz respeito à inclusão social de idosos no município. As atividades desenvolvidas nas Casas de Convivência e Lazer, de forma totalmente gratuita, geram impacto direto na promoção da saúde física e emocional dos freqüentadores. São seis espaços em funcionamento, nos bairros da Gávea, São Conrado, Tijuca, Lagoa, Botafogo e Penha, que proporcionam um convívio saudável e prazeroso ao idoso, procurando reproduzir do modo mais fidedigno possível um ambiente familiar. Algumas das aulas das quais os usuários podem participar são: dança de salão, artesanato, tai chi chuan, inglês, francês, desenho, alongamento, ginástica localizada, percussão, entre muitas outras atividades lúdicas, esportivas e informativas. As Casas funcionam todos os dias, das 8h às 18h.


Academias da Terceira Idade (ATIs)

A primeira academia foi instalada, em agosto de 2009, na Praça Serzedelo Correia, no coração de Copacabana. Hoje, já existem outras 39 unidades em funcionamento, em diversos bairros: Leme, Urca, Flamengo, Botafogo (2), Largo do Machado, Cavalcanti, Glória, Anchieta, Penha, Ilha do Governador, Tijuca, Vila Isabel, Inhoaíba, Campinho, Méier, Bangu (2), Praça Seca, Merck, Copacabana, Ipanema, Grajaú, Leblon, Bairro Peixoto, Barra da Tijuca, Vigário Geral e Campo Grande. São composta por 10 aparelhos que permitem o desenvolvimento de exercícios de força e flexibilidade, atendendo diretamente às necessidade dos idosos. Aulas, supervisionadas por um profissional de educação física, acontecem, diariamente, das 7h às 10h e das 16h às 19h. Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC), a SESQV também mantém ATIs em postos de saúde e em clínicas da família por toda a cidade.

Saúde Móvel

Promover a saúde e reduzir riscos de contaminação por doenças associadas ao envelhecimento, diminuindo as chances de dependência do idoso. Essa é a proposta deste projeto, que amplia o acesso daqueles com mais de 60 anos, prioritariamente os com dificuldades de locomoção, aos serviços de saúde oferecidos pelo governo municipal.

Veículos adaptados para funcionar como mini-consultórios médicos visitam os mais diversos bairros e comunidades, de forma intinerante, com profissionais especializados e toda a infra-estrutura necessária para a realização de consultas, exames e pequenos procedimentos, nas seguintes áreas: clínica médica, geriatria, oftalmologia e odontologia.

Mais informações acesse o site do SESQV - http://www.rio.rj.gov.br/web/sesqv

25 de janeiro de 2012

Ler livros e fazer quebra-cabeças reduz proteína relacionada com Alzheimer.

As pessoas que mantêm o cérebro ativo durante toda a vida com atividades cognitivamente estimulantes como leitura, escrita e jogos têm menores níveis de proteína beta amiloide, vinculada com o Mal de Alzheimer, indicou um estudo publicado na edição digital da revista "Archives of Neurology".

A proteína em questão forma placas senis no cérebro dos pacientes com Alzheimer ao concentrar-se e afetar a transmissão entre as células nervosas do cérebro.

Embora estudos anteriores já tenham sugerido que realizar atividades mentais poderia contribuir para evitar o Alzheimer na idade adulta, esta nova pesquisa identifica o fator biológico, o que pode ajudar a desenvolver novas estratégias para os tratamentos.

"Mais que simplesmente proporcionar resistência ao Mal de Alzheimer, as atividades de estímulo do cérebro podem afetar um processo patológico primário da doença", indicou um dos principais envolvidos no estudo, William Jagust, professor do Instituto de Neurociência da Universidade da Califórnia.

Isto indicaria que o tratamento cognitivo "pode ter um importante efeito 'modificador' da doença se forem aplicados os benefícios do tratamento com suficiente adiantamento, antes que apareçam os sintomas", explicou.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente os adultos de idade avançada. Seu principal sintoma é a perda de memória, que tem como consequência a demência.

Os pesquisadores pediram a 65 adultos sãos, cognitivamente normais e maiores de 60 anos, que indicassem a frequência com a qual participaram de atividades mentais como ler livros e jornais e escrever cartas ou e-mails.

As perguntas foram focadas em vários pontos da vida desde os 6 anos até a atualidade.

Os participantes fizeram testes neuropsicológicos amplos para avaliar sua memória e outras funções cognitivas, além de terem se submetido a scanners cerebrais e a um exame desenvolvido no Laboratório de Berkeley a fim de visualizar as proteínas beta amiloides.

Os pesquisadores compararam os resultados dos indivíduos sãos com os de 10 pacientes diagnosticados com Alzheimer e os de 11 pessoas sãs de 20 anos, descobrindo uma associação significativa entre os níveis mais altos da atividade cognitiva durante toda a vida e níveis baixos da proteína.

"Esta é a primeira vez em que o nível de atividade cognitiva se relaciona com a acumulação de beta amiloide no cérebro", assinalou Susan Landau, pesquisadora do Instituto de Neurociência Helen Wills e do Laboratório de Berkeley (Califórnia).

"A acumulação dessas proteínas provavelmente começa muitos anos antes do aparecimento dos sintomas. O início da intervenção pode ser muito antes, e é por isso que estamos tentando identificar se os fatores de estilo de vida podem estar relacionados com as primeiras mudanças", explicou Susan.

Fonte: Estadão.com.br

20 de janeiro de 2012

Ações na justiça para garantir medicação pelo governo.



A Constituição Brasileira garante a universalidade da prestação de serviços de saúde, dentre eles que o Estado forneça medicamentos para o tratamento das doenças da população, garantindo direito e acesso iguais a todos os cidadãos.

No artigo intitulado ” Da Falta de Efetividade à Judicialização Excessiva: Direito à Saúde, Fornecimento Gratuito de Medicamentos e Parâmetros para a Atuação Judicial” o Procurador do Estado do Rio de Janeiro e Professor titular de direito constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, Dr. Luis Roberto Barroso, faz uma análise crítica do papel do Judiciário, que “deve guardar parcimônia e, sobretudo, deve procurar respeitar o conjunto de opções legislativas e administrativas formuladas acerca da matéria pelos órgãos institucionais competentes. Em suma: onde não haja lei ou ação administrativa implementando a Constituição, deve o Judiciário agir. Havendo lei e atos administrativos, e não sendo devidamente cumpridos, devem os juízes e tribunais igualmente intervir. Porém, havendo lei e atos administrativos implementando a Constituição e sendo regularmente aplicados, eventual interferência judicial deve ter a marca da autocontenção.”

Abaixo destacamos alguns trechos do artigo que permitem compreender como a Constituição, Leis e Portarias do Ministério da Saúde abordam a questão.

“A Constituição Federal estabelece, no art. 196, que a saúde é “direito de todos e dever do Estado”, além de instituir o “acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. A partir da Constituição Federal de 1988, a prestação do serviço público de saúde não mais estaria restrita aos trabalhadores inseridos no mercado formal. Todos os brasileiros, independentemente de vínculo empregatício, passaram a ser titulares do direito à saúde.

Logo após a entrada em vigor da Constituição Federal, em setembro de 1990, foi aprovada a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90). A lei estabelece a estrutura e o modelo operacional do SUS, propondo a sua forma de organização e de funcionamento. O SUS é concebido como o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta. A iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar. Entre as principais atribuições do SUS, está a “formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção”.

No que toca particularmente à distribuição de medicamentos, a competência de União, Estados e Municípios não está explicitada nem na Constituição nem na Lei. A definição de critérios para a repartição de competências é apenas esboçada em inúmeros atos administrativos federais, estaduais e municipais, sendo o principal deles a Portaria nº 3.916/98, do Ministério da Saúde, que estabelece a Política Nacional de Medicamentos. De forma simplificada, os diferentes níveis federativos, em colaboração, elaboram listas de medicamentos que serão adquiridos e fornecidos à população.

Com efeito, ao gestor federal caberá a formulação da Política Nacional de Medicamentos, o que envolve, além do auxílio aos gestores estaduais e municipais, a elaboração da Relação Nacional de Medicamento (RENAME). Ao Município, por seu turno, cabe definir a relação municipal de medicamentos essenciais, com base na RENAME, e executar a assistência farmacêutica. O propósito prioritário da atuação municipal é assegurar o suprimento de medicamentos destinados à atenção básica à saúde, além de outros medicamentos essenciais que estejam definidos no Plano Municipal de Saúde. O Município do Rio de Janeiro, por exemplo, estabeleceu, através da Resolução SMS nº 1.048, de março de 2004, a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME), instrumento técniconormativo que reúne todo o elenco de medicamentos padronizados usados pela Secretaria Municipal de Saúde.

A União em parceria com os Estados e o Distrito Federal ocupa-se sobretudo da aquisição e distribuição dos medicamentos de caráter excepcional, conforme disposto nas Portarias nº 2.577/GM, de 27 de outubro de 2006, e nº 1.321, de 5 de junho de 2007. Assim, ao gestor estadual caberá definir o elenco de medicamentos que serão adquiridos diretamente pelo Estado, particularmente os de distribuição em caráter excepcional. No caso específico do Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde criou Comitê Técnico Operacional, com as funções de adquirir, armazenar e distribuir os medicamentos de competência estadual (Resolução SES nº 2.471, de 20 de julho de 2004). Além disso, criou também o Colegiado Gestor da Política Estadual de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (Resolução SES nº 2.600, de 2 de dezembro de 2004), que tem a função de auxiliar a Secretaria de Estado na gestão da Assistência Farmacêutica. Acrescenta-se ainda que o Governo Estadual possui um programa de assistência farmacêutica denominado Farmácia Popular, que fornece remédios à população a preços módicos.

Os medicamentos de “dispensação” em caráter excepcional são aqueles destinados ao tratamento de patologias específicas, que atingem número limitado de pacientes, e que apresentam alto custo, seja em razão do seu valor unitário, seja em virtude da utilização por período prolongado. Entre os usuários desses medicamentos estão os transplantados, os portadores de insuficiência renal crônica, de esclerose múltipla, de hepatite viral crônica B e C, de epilepsia, de esquizofrenia refratária e de doenças genéticas como fibrose cística e a doença de Gaucher.”

Diante da dificuldade de Estados e Municípios de garantirem este direito constitucional através dos programas de dispensação de medicamentos, muitas famílias e pacientes têm recorrido ao Judiciário para fazer valer seus direitos.

No tocante à esquizofrenia agrava-se o fato de ser uma doença crônica, que requer o uso contínuo de medicamentos, geralmente de alto custo e que causam um impacto financeiro grande para as famílias no longo prazo.

Soma-se a isto o fato do Ministério da Saúde incluir na lista de medicamentos excepcionais todos os antipsicóticos de segunda geração, disponibilizando regularmente na rede do SUS somente os medicamentos de primeira geração, sabidamente menos eficientes do que os mais modernos.

Portanto, para os pacientes que necessitam de antipsicóticos de segunda geração, a forma de consegui-los pelo Estado é através do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Portaria 2981), através das guias LME. Em alguns Estados, entretanto, o acesso ao programa é facultado somente aos pacientes que se tratam na rede do SUS, provocando muitas ações judiciais por parte de pacientes que se tratam na rede privada, mas que também não teriam como arcar com os custos dos medicamentos mais modernos.

Devido ao aumento da demanda por antipsicóticos de segunda geração tem havido em muitos Estados dificuldades no cadastramento de novos pacientes e irregularidades na dispensação de medicamentos, aumentando ainda mais a procura pelo Judiciário.

Uma forma de corrigir este problema seria rever os antipsicóticos da lista de medicamentos básicos e essenciais, incluindo os de segunda geração cuja patente expirou e para os quais já existem genéricos, desburocratizar e ampliar o acesso aos medicamentos excepcionais de maior custo para todos os pacientes.

A tendência mundial é que todos os pacientes com esquizofrenia sejam medicados com antipsicóticos de segunda geração, por serem mais bem tolerados, tratarem melhor os sintomas negativos e cognitivos, considerados sintomas crônicos da esquizofrenia, terem menor risco de discinesia tardia e aumentarem as chances de recuperação da doença.

16 de janeiro de 2012

Austrália testa spray bucal para tratar dependência à maconha

Pesquisadores na Austrália começaram a testar um spray bucal que contém substâncias derivadas da cannabis para combater a dependência à maconha e diminuir os efeitos da síndrome de abstinência, que provoca insônia e mudanças de humor, entre outros sintomas.

Os experimento com o fármaco Sativex, originalmente utilizado em tratamentos contra a esclerose múltipla, serão realizados em Sydney e na vizinha Newcastle.

A diretora do Centro Nacional de Prevenção e Informação sobre Maconha, Jan Copeland, disse à emissora de TV local ABC que o spray é um produto elaborado a partir de um extrato retirado da própria cannabis. A terapia é semelhante à aplicada contra o tabagismo, na qual se substitui a nicotina.

O spray bucal tem dose mínimas do princípio ativo THC (tetrahidrocanabinol) para evitar que o paciente fique narcotizado e, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir o consumo de maconha.

Também tem grandes doses de ácidos carboxílicos que colaboram com a redução da ansiedade e tem efeitos antipsicóticos.

Cerca de 200 mil pessoas fumam maconha na Austrália, que tem uma população de 22,3 milhões de pessoas.

Austrália e Nova Zelândia são os países com a maior taxa de consumo de maconha e anfetamina no mundo, segundo um estudo publicado recentemente na revista médica "The Lancet".

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/australia-testa-spray-bucal-para-tratar-dependencia-a-maconh_137909/

13 de janeiro de 2012

Pesquisa diz que maus-tratos na infância alteram genes do estresse em adultos.

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade e do Hospital de Genebra descobriu que os maus-tratos na infância modificam a regulação dos genes que controlam o estresse na vida adulta, o que pode provocar o desenvolvimento de várias patologias.

Do estudo, participaram 101 adultos, todos eles vítimas de transtorno de personalidade limítrofe, também conhecido como "borderline".

A equipe de cientistas observou uma porcentagem significativamente superior de modificação genética no DNA de indivíduos que sofreram maus tratos, abuso físico, sexual, emocional ou carência afetiva em relação aos que não sofreram tais situações. As conclusões, publicadas na revista especializada "Translational Psychiatry", apontam que o estresse gerado por abusos provoca uma modificação epigenética do gene receptor de glucocorticóide que atua sobre o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal.

Este eixo regula o controle de estricção, segundo a equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de Genebra e dos Hospitais Universitários de Genebra. Quando esse eixo se altera pode perturbar a gestão do estresse na idade adulta e causar o desenvolvimento de psicopatologias.

Os pesquisadores ressaltaram que se os voluntários tivessem sofrido o impacto de outros traumas violentos, como uma catástrofe natural ou um acidente aéreo, os resultados seriam semelhantes.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,pesquisa-diz-que-maus-tratos-na-infancia-alteram-genes-do-estresse-em-adultos,822227,0.htm

9 de janeiro de 2012

Capacidade cognitiva começa a diminuir a partir dos 45 anos.




As capacidades cognitivas do homem começariam a declinar a partir dos 45 anos, muito antes dos 60 anos como se acredita de maneira geral, segundo um estudo do Inserm (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica) francês e da University College de Londres publicado no "British Medical Journal".

Apesar de estar claro que o rendimento cognitivo diminui com a idade, a data de início da queda gera controvérsia.

Estudos recentes descartaram que o fenômeno pudesse começar antes dos 60 anos, segundo o Inserm.

Uma série de testes de memória, vocabulário, raciocínio e expressão oral foram realizados com 5.198 homens e 2.192 mulheres de 45 a 70 anos, dentro de um estudo mais amplo, denominado "coorte Whitehall 2", baseado em dez anos de acompanhamento médico e em exames individuais.

"Os resultados mostram que o rendimento cognitivo [com exceção dos testes de vocabulário] diminui com a idade e isto cada vez mais rapidamente na medida que as pessoas envelhecem", destaca o Inserm.

Em dez anos, o rendimento de raciocínio caiu 3,6% para os homens de 45 a 49 anos e 9,6% para os de 65 a 70 anos.

No caso das mulheres, a queda é a mesma (-3,6%) para o primeiro grupo etário e menos considerável (-7,4%) para as mulheres de 65 a 70 anos.

Para Archana Singh-Manoux, que coordenou a equipe do Inserm, "é importante determinar a idade de início do declínio cognitivo, já que possivelmente é mais eficaz atuar desde o começo, em particular com medicamentos, para mudar a trajetória do envelhecimento cognitivo".